quarta-feira, 29 de junho de 2011

O poder da Oração.

As orações têm a função de criar um caminho de luz em suas magias. Orar é o ato de agradecer ou pedir algo à alguém e apesar de existirem pessoas que afirmam não orar por não acreditarem em nada, de uma maneira geral buscar uma ligação com o divino faz parte do ser humano. Ninguém sabe explicar bem como tudo começou, mas pesquisas mostram que povos muito antigos e tribais em rituais religiosos já manifestavam agradecimentos a uma força divina, através de cânticos, sacrifícios e orações. Isso vem mostrar que a oração possui um poder muito grande e que realmente muitas pessoas há séculos têm recebidos graças, por isso que elas são colocadas em muitas simpatias.
COMO SERÁ QUE SURGIRAM?!
As orações foram criadas por pessoas em extrema comunhão com Deus/ Babá Olorun. Algumas estavam sofrendo, outras haviam vencido uma prova. Os Salmos de Davi que você encontra  na Bíblia são verdadeiras orações que ele fez a Deus em momentos muito marcantes de sua vida. Davi era uma pessoa normal. Como líder de uma grande nação não possuía a intensão da santidade e da mesma maneira que fez coisas grandiosas muito errou, porém sempre buscou estar próximo de Deus/ Babá Olorun. A história de Davi vem mostrar que dentro de você há uma chama acesa capaz de se ligar ao universo e através de belas palavras enaltecer o nome dos Santos e do Criador.
QUAL SEU PODER EM UM RITUAL?!
Quando numa simpatia há pedido de uma oração, ele existe porque através dela um caminho de luz e magia se abre fazendo a ligação entre se desejo e as forças do universo. Se o pedido for feito para um Santo em especial indica que ele será seu intercessor.
ORAÇÕES SÃO MAIS QUE TRADICIONAIS?!
Algumas orações, como pai nosso, são tradicionais nas magias. Geralmente o pedido é que se reze mais de uma vez. Isso acontece porque segundo alguns estudiosos, estas orações são na verdade mantras, cada palavra possui uma vibração muito especial no universo e quanto mais vezes forem repetidas melhor. Se você tem alguma dúvida de como orá-las de maneira correta tire-as agora:
Ave Maria, Salve Rainha, Credo e Pai Nosso! Desejamos que tenham uma boa hora de oração.





Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá

terça-feira, 28 de junho de 2011

Acredite, você pode tudo!!!

Você pode acreditar não existe mandinga, mal olhado, inveja, e pensamentos negativos do outros que possam fazer você parar a sua caminhada ao sucesso, se apostar na sua força interior.
Sabe aquele dia em que acordamos e não tem vontade de sair da cama? O mundo parece ter virado de cabeça para baixo, nenhuma porta se abre, as janelas parecem trancadas a cadeado e o que resta é uma dor no peito e a vontade de chorar? Pois não chore, porque isso é um sinal de que está aceitando a derrota. Dê um grito bem alto para o céu e diga "CHEGA!", com toda a sua fé. Ao fazer isso tenha certeza de que o inferno vai tremer e as portas do céu vão se abrir e sua vida começará a se renovar. Não murmure, esta conversa toda parece um dramalhão? Mas não é, todo mundo já passou por isso um dia. Algumas vezes o problema acaba se resolvendo rápido, mas existem casos que um monte de pequenos problemas vão se juntando e tudo vira uma bola de neve. Aí vem aquele monte de pensamentos ruins do tipo: "Fizeram macumba pra mim", "É inveja","Tô pagando por erros de outra vida", "A culpa é de fulano ou de ciclano", etc. 
Esses tipos de pensamentos são chamados de murmuração, quanto mais você fala ou pensa mais afasta a possibilidade de resolver seus problemas. Por isso, por mais que a dor exista, FIQUE EM SILÊNCIO.
O que pode estar acontecendo? segundo a bíblia existem quatro legiões de espíritos malignos e devoradores que vivem a rodear a terra e a atormentar a vida dos homens:
A primeira legião: faz com que tudo o que entre na sua casa de comida suma de repente a ponto de faltar. Por mais que trabalhe o dinheiro não rende e antes do fim do mês você está a zero.
A segunda legião: faz com que tudo que o que conquiste de material se quebre. Se for reformar a casa só aparecem problemas, se for comprar um televisão em pouco tempo queima, se comprar uma roupa algo a mancha e assim por diante. Sua casa vive parecendo um grande remendo e você anda mal vestida.
A terceira legião: vem para que você seja envergonhado aos olhos dos outros. Vai-e-vem alguém vem cobrar dívidas na sua porta, passa a falar mal de você e outros a evitam.
A quarta legião: vem fazer o arrastão, você se envolve em dívidas, perde emprego, não vê futuro e se desespera.
Então, o que fazer? Nunca se esqueça de que você é imagem e semelhança de Deus, nasceu para vencer e brilhar. A primeira coisa a fazer é não ter medo desses espíritos, mas ter noção de que para irem embora de sua vida vai ter que mostrar a sua fé e trabalhar bastante. Não importa qual seja sua crença, se abrace a ela, se fortaleça espiritualmente e não desista de lutar. Passe cada vez mais a agradecer por tudo o que tem. E principalmente: Quando alguém perguntar como está, diga que está bem sempre. Isso mostra confiança no Criador. Sempre que sentir em seu coração que alguém precisa de uma ajuda material vá e ajude, mas nunca dê a ela o que você não gostaria de ter para si. Principalmente se for comida.
Evite receber muita gente em sua casa. Pode parecer anti-social, mas você está com problemas e precisa de paz, tranquilidade, não de gente para colocar olho em suas coisas ou sair falando de você por aí. Não conte a ninguém o que pretende fazer de novo, nem mesmo para um ente querido se sentir que esta pessoa não tem bençãos para lhe desejar ou se só pensa negativo. Comece a pagar suas dívidas aos poucos, dê prioridade ao que pagar e fique feliz por conseguir, jamais se envergonhe de sua situação, pois está caminhando para frente e não para trás. Cuide de sua vida, dos seus dependentes e esqueça os outros, porque existem pessoas que já se acomodaram no fracasso e nada podem contribuir, só vivem a despejar seus problemas nos outros.
E os outros? Não podemos negar que existem pessoas invejosas, maldosas, feiticeiras em qualquer lugar do mundo, mas já prestou atenção que elas se sobressaem em nossas vidas quando as coisas estão ruins? Isso é importante perceber. Quando estamos bem fortalecidos e confiantes em nós estas pessoas mal são percebidas e muito que fazem é nos afastar delas. Mas quando não estamos bem passamos a temê-las e aí é que está o perigo. A legião dos espíritos devoradores as usam apenas para infernizar ainda mais sua vida. Não demonstre medo ou reocupação e elas se afastam de você.
Mude sua atitude! Você já percebeu que é justamente quando estamos com problemas que mais somos de chamados a mostrar atitudes positivas em relação a vida? E essas atitudes começam com a mudança de pensamento. Você só vai agir positivamente se seu pensamento estiver positivo, confiante em você. Lembre-se sempre de que é a imagem e semelhança de Deus. O poder de modificar sua vida está em você. Persistência é a chave! Pensar positivo é um exercício de todo dia, principalmente porque nada na vida se resolve num passe de mágica. Tudo tem seu tempo. Mais do que levantar um dia e afirmar que uma nova etapa na sua vida vai começar, é preciso ter noção de que os ganhos no começo parecem quase invisíveis, mas são justamente eles que abrem outras portas. A tristeza e a insegurança algumas vezes vão pintar. Nessas horas cante, ore, caminhe, faça algo que traga paz e alegria a sua alma. Não deixe se abater, porque se o choro vem à noite, a vitória chega ao amanhecer para todos aqueles que confiam no Criador. Fazendo seu poder fluir, lembra o começo de nossa conversa que afirmamos que ao gritar "CHEGA" o inferno estremece? É verdade, quando você toma uma atitude positiva indica que está colocando seu poder para fora. E que poder é esse? A capacidade de  transformar sua vida e fazer o que deseja. Se respeitar seus limites hoje vai ultrapassá-los amanhã. O inferno tem de estremecer, pois o próprio poder divino está se revelando em você. E as portas do céu? Elas se abrem porque sua alma está livre de tudo o que a impressionava.
O sucesso não se apaga, se não quiser. Conforme sua vida começar a melhorar, não olhe para trás, apenas para frente. Tem gente que sai do buraco e trás consigo rancor, mágoa dos outros e se lamenta pelo que passou. Daqui um tempo estará no buraco de novo. O que  passou passou, ficou aprendizado. Agora é olhar para frente e continuar sua caminhada sempre positiva. Esse é o segredo do sucesso: PENSAR GRANDE  SEMPRE PARA FRENTE.
E as magias em sua vida? Elas existem para ajudar. Se não usadas para o bem não há porque temê-las. Mas apenas faça uma magia se realmente tiver fé senão gastará seu tempo e ingredientes, além de mexer com forças da natureza que estavam adormecidas para você. Os chineses tem uma crença de que tudo o que existe no mundo foi dado a nós por Deus para que vivamos bem na terra. O homem pode fazer mau uso dos objetos, das forças místicas, das ervas e colherá o preço disso tudo. Mas quem com respeito e seriedade se utiliza desses poderes, só pode ficar bem.
Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os festejos dentro de uma Casa de Candomblé.


A perspectiva da realização de uma festa mobiliza uma série de recursos econômicos e simbólicos, dentro e fora do terreiro, além de recursos humanos. Ela começa a ser preparada muito antes do dia marcado para sua realização, seja uma festa simples ou não. É preciso tempo para que sejam tomadas uma série de providencias para conseguir recursos a fim de satisfazer os anseios de todos com relação a ela.
No caso de uma festa "simples" de orixá (sem obrigações ou iniciação envolvidas), jogam-se os búzios, antes de qualquer coisa, para saber se o orixá concorda com a festa, se deseja "comer", o quê e em que quantidade, se quer roupa nova (pergunta perigosa e que só é feita quando há condições para isso, pois a roupa do orixá é cara e trabalhosa), se a data lhe agrada e, inclusive, se certos convidados serão bem vindos.
O pai ou mãe-de-santo reúne o grupo e comunica que vai haver festa; que todos devem colaborar com trabalho, oferendas, dinheiro ou tudo isso ao mesmo tempo. Nessas ocasiões geralmente ele aproveita para avaliar a última festa e lembrar os "erros" e problemas acontecidos e as soluções que foram dadas a eles. Repreende alguns filhos por faltas cometidas, outros por não cooperarem suficientemente com o trabalho da casa e aproveita para ensinar algo sobre a "etiqueta ritual" a ser cumprida no barracão. Se o terreiro tiver condições para tanto, manda-se imprimir convites com motivo, data, endereço e até o traje adequado para a ocasião. Estes convites podem ser financiados por algum cliente que deseje agradar o orixá homenageado, por algum filho-de-santo em melhor situação financeira ou, ainda, oferecidos pelos ogãs, que se reúnem para pagá-los. Se o terreiro não tiver condições financeiras para isso, será mobilizada a rede de informação do povo-de-santo, que é eficientíssima. Essa rede passa por diversos ambientes frequentados pelos adeptos do candomblé, especialmente as festas de outras casas, as lojas de artigos religiosos, e-mail, orkut, fecebook, além de mil telefonemas e, principalmente, através das relações de parentesco de santo e de "nação" (rito que um terreiro segue). A rede de informação do povo-de-santo é tão eficiente que é costume dizerem, no candomblé, que "se você não quer que saibam de uma coisa, não deixe que aconteça". Pois se acontecer, todos saberão, mais cedo ou mais tarde, tenha o fato acontecido na dimensão pública ou privada da vida do indivíduo que vive nesta religião.
Tendo sido reunidos os recursos para a compra dos artigos necessários, todos os membros do terreiro devem estabelecer uma "escala de serviço" na casa, pois sempre há a necessidade de gente para dar conta de todos os detalhes da preparação da festa e que são muitíssimos. Até os simpatizantes (em geral clientes dos jogos de búzios) são chamados a ajudar neste trabalho. 
Para que a festa possa ser realizada é necessário ainda que os adeptos se organizem também fora do terreiro. Como é preciso (e importante!) ajudar no trabalho da casa-de-santo, muita gente trabalha horas extras no emprego, não só para conseguir mais dinheiro e participar da festa, comprar uma roupa nova para si ou para seu orixá usar no "grande dia", mas também para ter tempo livre que possa ser usado nas tarefas do terreiro. É comum que pessoas que trabalhem em hospitais, por exemplo, "dobrem" seus plantões para ter um dia ou uma noite livres para dedicarem-se aos afazeres da "roça" (terreiro). Há empregadas domésticas que abandonam o emprego para serem a "mãe-criadeira" de um iaô (aquela que toma conta dele, de seu banho, sua comida, de ensinar-lhe toda a etiqueta, as cantigas etc); diaristas que faltam ao serviço apenas para poderem ajudar na "comida do santo". No caso dos iaôs, é costume aproveitarem os períodos de férias (do trabalho ou escolares) para a iniciação. Quem não trabalha "fora" como algumas donas-de-casa, deve providenciar quem cuide de seus filhos, maridos, suas casas (pois é comum que partes importantes dos rituais sejam feitas à noite; principalmente porque é neste período do dia que a maioria dos filhos-de-santo pode estar no terreiro). Quando não conseguem isto, elas levam seus filhos para a "roça", outro nome pelo qual se chamam os terreiros. Sempre se dá um jeito. Em época de "obrigação" é muito comum vermos crianças nos candomblés brincando, com pedrinhas, de "jogar búzios". Elas brincam também de "virar no santo", "fazer ebós" e outras coisas que vêem nesta convivência obrigatória com a prática do candomblé, ao acompanharem seus pais. 
Quando há festa, devem ser respeitados tabus alimentares e sexuais. Com antecedência deve-se lavar, passar e engomar as roupas que serão usadas (três saiotes (anágua) para cada mulher que dance na roda-de-santo, são lavados, passados e engomados!), consertar as roupas dos orixás que, na dança da festa anterior, perderam lantejoulas, pedras ou rasgaram-se. É preciso polir as ferramentas (símbolos feitos em metal) dos orixás, as pulseiras e os adjás (sinetas) dos ebomis (que geralmente são confeccionados em latão ou zinco niquelado e escurecem com o tempo), pois eles devem imitar o brilho do ouro, da prata e do cobre, metais favoritos dos orixás. É preciso correr a cidade em busca de avícolas onde possam ser encontrados os animais preferidos pelo orixá ao qual serão sacrificados - deve haver um carro à disposição do terreiro para todo este circuito de compras - e depois se sai à procura das folhas que comporão o amaci (banho de "limpeza") dos filhos-de-santo antes da festa. Se a casa tiver seus próprios alabês (ogãs tocadores de atabaques), muito bem. Se não, eles deverão ser contratados, pois uma festa não pode prescindir da música, e no candomblé é ela que "traz" os orixás ao mundo dos homens. É costume se dizer, nos terreiros, que "sem alabê não tem candomblé". 
Às vésperas da festa ou em datas regulamentada pelos orixás, atravéz do jogo de búzios, os animais são sacrificados e as "comidas secas" (são chamadas assim todas as "comidas-de-santo" que não sejam animais sacrificados) oferecidas aos orixás. Essas comidas geralmente são preparadas pela iabassê da casa (cozinheira que prepara as comidas dos orixás e que conhece os preceitos e "temperos" do gosto de cada orixá), auxiliada por equedes (mulheres que não entram em transe e são espécies de "camareiras" dos orixás) e iaôs. Cada orixá come um prato específico, preparado de modo peculiar. Um dos conhecimentos mais importantes do candomblé consiste em saber exatamente o quê cada qualidade de orixá come, "temperado" de que modo e sob que circunstâncias rituais. Já na preparação das comidas da festa, portanto, a hierarquia e seu conseqüente grau de conhecimento começa a se expressar de modo enfático. 
Todo o "cardápio" da festa depende do que se chama de "qualidade" do orixá, que são avatares, caminhos do orixá e "partes ou segmentos da sua própria biografia mítica, ou representações de locais em que nessa forma foi ou é cultuado" (PRANDI, 1989:157). Todas as comidas rituais são preparadas levando-se em consideração os preceitos de cada orixá. A pipoca de Obaluayê (deburu), por exemplo, deve ser estourada na areia quente e não no óleo. Quem o faz não pode falar enquanto prepara, e assim por diante. 
Nas festas de iniciação, depois do sacrifício ritual a cozinha do terreiro fica cheia de frangos, patos, galinhas d'angola etc. para serem depenados e suas vísceras devidamente separadas e preparadas, conforme a preferência dos orixás a que se destinam. Os "bichos de quatro pés" (que podem ser porcos, cabritos, carneiros, tartarugas, coelhos etc., conforme o orixá homenageado) são "pelados" e limpos pelos ogãs. É muito comum nas casas-de-santo serem vistas, curtindo ao sol ou mesmo na forma de pequenos "tapetes", as peles desses animais. É conferindo as peles na parede que o povo-de-santo sabe (e verifica) quais foram os animais sacrificados. É costume se contarem as peles e ver se elas são novas. 
Depois de limpos os bichos, cozinham-se as carnes, separa-se o que cada orixá deseja e, no dia seguinte, são preparadas as comidas que serão servidas à assistência da festa, no ajeun (refeição coletiva, compartilhada entre os deuses, os membros da casa e os convidados). Compradas as bebidas, resta ainda verificar se há pratos e copos em número suficiente para os convidados. Ultimamente é bastante comum vermos o povo-de-santo comendo o ajeun em pratinhos de papel, com garfos de plástico, em lugar do tradicional ajeun servido em folhas de mamona e comido com as mãos, descrito tantas vezes na etnografia clássica sobre o candomblé. 
É preciso, ainda, providenciar flores e folhas para enfeitar o barracão, fazer os laços com os ojás (panos no formato de echarpe que o povo-de-santo amarra na cabeça, na cintura etc) nos atabaques, além de manter tudo rigorosamente limpo. Durante estes dias é preciso que alguém providencie alimentação "profana" e bules e mais bules de café para os que estão trabalhando no terreiro. Toda esta trabalheira é realizada alegremente, entremeada de brincadeiras, de narrativas de casos acontecidos nos diversos candomblés e de indakas (fofocas). A cozinha é o espaço do terreiro onde se fica sabendo das coisas do candomblé e onde muitos ensinamentos são transmitidos, juntamente com avaliações de todos os tipos. É na cozinha que, além de serem preparadas as comidas dos santos, e as magias, são "cozidos" os acontecimentos das festas, as práticas dos outros terreiros (chama-se isto de "xoxar"), os casos de demanda, cura, mistérios, avaliados os desempenhos de adeptos e de orixás, a vida pública e privada do povo-de-santo em geral. É claro que não é só na cozinha que se fazem estes comentários, mas este espaço, sendo um espaço cheio do segredo do candomblé (os "feitiços" são preparados ali), é um espaço de "intimidade" do povo-de-santo dentro do terreiro. 
A não ser nos momentos mais importantes, como o sacrifício dos animais e outros rituais, o pai ou mãe-de-santo estão ocupados com outros afazeres. Em geral atendendo os clientes através do jogo de búzios ou da realização de ebós, etutus (tipos de "limpeza" ritual, que incluem um sacrifício animal) ou boris (cerimônia de "dar de comer à cabeça"). Quer dizer, dando os primeiros passos na direção da próxima festa. Seja pela transformação do abiã (adepto que ainda não passou pelo rito de iniciação), que agora está dando o bori, num futuro iaô, seja pela transformação do cliente que veio jogar búzios num novo abiã. 

OS CUSTOS DA FESTA 

Outro aspecto importante, no que diz respeito à festa de candomblé, são seus custos. Apesar das más condições econômicas em que vive, o povo-de-santo é um grupo que consegue promover, com frequência à primeira vista intrigante, festas bastante dispendiosas. 
As festas de iniciação e as "de obrigação" são as mais caras. Entre estas últimas a mais cara é a de 7 anos, conhecida como decá. Nas despesas com tais festas devem ser computadas a manutenção do iniciando e a daqueles que trabalham no terreiro durante o período de recolhimento, além de ser obrigatório o sacrifício de um bicho de "quatro pés" e quatro frangos (um para cada "pé" do bicho, diz-se; chama-se a isso de "calçar" o bicho de quatro pés). Praticamente repete-se a iniciação, multiplicando-a pelo número de orixás que já foram assentados (os 5 ou 7 orixás do enredo) e mais o caboclo (quando o indivíduo tem um), que também "comem". 
Mesmo no caso de uma festa simples (comemorativa de um orixá), pelo menos uma comida seca cada deus deve receber, como vimos. Exu sempre deve comer e o orixá homenageado receber um "quatro-pés" calçado. Este "quatro-pés" geralmente é um bode ou uma cabra. Há até quem ofereça um boi a seu orixá ou caboclo, conforme a situação financeira da casa e/ou do indivíduo permitam. Mas geralmente se oferece bem menos que isso, "negociando-se" com o orixá, prometendo-se lhe dar o devido mais tarde. Apenas as "comidas secas", porém, já consomem uma considerável quantia em dinheiro do povo-de-santo, além das despesas com gás, luz, água, alimentação (e tempo!) dos que trabalham na casa, inevitáveis em qualquer atividade do terreiro. 
É impossível reproduzir aqui a lista dos artigos necessários para uma festa de iniciação. Esta lista contém todos os artigos necessários não só ao assentamento do orixá (a feitura, propriamente dita), mas também aos ebós, o material do bori, da roupa de orixá e do iaô e o sustento do pessoal que trabalhará na "roça" durante o período em que o iaô estiver recolhido, em geral 21 dias. Dela constam, em média, 126 itens, sem contar as unidades como 20 orobôs, 10 litros de mel etc. Além do preço dos artigos, devemos somar, também, os honorários do pai-de-santo, chamados de "mão" ou "salva de chão", que representam o custo dos seus serviços religiosos, a serem pagos pelo iaô em dinheiro ou, quando isso não é possível, em trabalho no terreiro. 
Não é fácil, portanto, para o filho-de-santo, conseguir recursos para a iniciação ou mesmo para a festa comum. No caso da iniciação, pode demorar anos. Pode se tornar impossível. Às vezes, quando há emergência, pode-se fazer o orixá "de esmola", o que significa que o próprio indivíduo ou o pai-de-santo pedirão aos filhos e clientes da casa que dêem algo da lista ou pelo menos parte, conseguindo, ao fim de certo tempo, tudo o que é necessário. Outras vezes os filhos de santo saem à rua, oferecendo um punhado de pipocas curativas de Obaluyiê, em troca de algum dinheiro para a iniciação., este mesmo ato é realizado na festa do olubajé do terreiro. Ou, ainda, é o próprio orixá que exige que tudo seja feito de esmola, ensinando assim a humildade a seus filhos. E se não for desse modo, muitas vezes o abiã não terá nunca recursos para "fazer" seu orixá. Mas não é comum que ele conte muito com os outros para se iniciar. Primeiro porque pedir a quem já tem pouco, como a maioria do povo-de-santo, é na verdade conseguir muito pouco. E depois parece haver uma questão de orgulho envolvendo o assunto. Nada, entretanto, nesse orgulho impede o abiã de aceitar "presentes" - que podem ser escolhidos numa lista como as de presentes de casamento - para seu orixá, e isso acontece freqüentemente. Clientes, amigos e parentes que simpatizam com o abiã, com o pai-de-santo ou, principalmente, que se julgam em dívida para com o orixá que será feito ou desejam "agradá-lo", costumam "presentear" o iaô, diminuindo em alguma coisa o número de itens ou a quantia a ser despendida por este. Para muitas pessoas, entretanto, é uma questão de honra gastar o que for preciso para satisfazer seu orixá. Muitos adeptos do candomblé trabalham anos a fio para ter, um dia, condição de oferecer uma esplêndida festa em honra de seu orixá, fazê-lo do modo mais perfeito possível. Pierre Verger, etnólogo francês, dizia que essas "horas de glória" criam um sentimento de honra e prestígio que ultrapassa os muros do terreiro: 
"O candomblé é uma religião de exaltação da personalidade. Ela faz com que as pessoas se sintam honradas. Uma vendedora de acarajé tem prestígio. Compra-se dela com muito respeito porque ela é filha de Oxum, de uma deusa, porque sua deusa baila bem. A gente não se sente humilhada". (Declaração de Pierre Verger a Goulart de Andrade, no programa Comando da Madrugada, do SBT, em 16/11/90).
São provavelmente tais "horas de glória" que compensam todo o sacrifício, todo o investimento do povo-de-santo nas festas. Para a parte deste grupo que vive as humilhações da pobreza, da falta de todo tipo de bens, elas podem ser não apenas altamente revigorantes mas, do mesmo modo que para a parte em melhor condições financeiras, distante desta realidade, momentos de profunda transcendência, de catarse ("purgação". Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama.) e de ultrapassamento do próprio "eu". 
A renovação das obrigações, a preocupação com as festas dos outros membros do terreiro e com as suas próprias, fazem com que elas sejam um tema cotidiano e objetivo permanente dos adeptos dessa religião, que organizam a própria vida cotidiana em função do trabalho que devem realizar na "casa de santo" para a festa do orixá da casa (ou do seu), e das festas de outras casas a que desejam assistir. Ou seja, sendo constante a produção da festa, o candomblé é a constante produção das horas de glória. As horas de dançar e brilhar no barracão.


Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Saída de Orixás para Rum

Descubra o que é dar o RUN ao Orixá!

Os tambores têm um alto poder mágico e ao tocá-los expressam a consagração espiritual. Eles ligam os iniciados ás divindades, o profano ao sagrado.

Para a raça negra, o atabaque representa o Logos: ao mesmo tempo rei, artesão, guerreiro ou caçador, como se numa voz múltipla, o ritmo vital da alma estivesse reunido nos momentos do toque.
No Brasil, especialmente nos terreiros de candomblé, verificamos a presença fundamental dos atabaques e dos Ogãs – padrinhos do culto africano ou brasileiro, ou seja, homens que tocam os atabaques sagrados, cuja missão é a de chamar as divindades para que seus adeptos entrem em transe.




São três tambores (pequeno, médio e grande) medindo entre 70 a 80 centímetros de comprimento e colocados na posição horizontal sobre um cavalete. Eles passam por uma série de estágios: purificação, preparação e conservação, feitos por Ogãs. Geralmente estão localizados ao lado do roncó (quarto onde se inicia os adeptos). Nenhum visitante pode permanecer neste local.

Nos dias em que não são realizadas as festas, os atabaques são cobertos com um pano branco, simbolizando o respeito.

É inadmissível que um convidado toque ou improvise algum tipo de som. O cuidado tem um fundamento religioso. Os sons produzidos possuem qualidades especiais, já que representam o caminho, a voz que invoca os orixás a saírem do seu universo para incorporarem nos seus adeptos, por isso, são tão respeitados. Muitos acreditam que o som produzido por eles seja a própria voz das divindades.

O Ogã não se limita apenas a produzir sons. Ele passa por um ritual de iniciação que se inicia aos 8, 10 anos, perdurando por toda a vida. No dia da festa, ele passa por um processo de purificação antes de tocar o seu instrumento sagrado: toma um banho com ervas próprias, além de respeitar algumas proibições alimentares. Também solicita a proteção do seu Orixá protetor, colocando diante do altar as oferendas que agradam ao seu deus pessoal.
Durante uma festa, é impossível não olhar para os Ogãs e seus atabaques. Além dos espectadores, os iniciados também estão constantemente olhando para eles, porque, dependendo do som, entrarão em transe.
Quando o Orixá está em terra, a divindade vai até aos atabaques para reverenciá-los, demonstrando o seu apreço aos músicos. Dependendo do Orixá, o ritmo é acelerado e a festa chega ao auge.
Depois, o Orixá agradece aos Ogãs pelos seus esforços. Pelo fato de eles terem a missão de trazer os deuses africanos para o espaço mágico tocando os tambores míticos, todos os frequentadores expressam um enorme respeito aos Ogãs.
Isso é o RUN do Orixá, o tambor que é dado ao Orixá, e isso tem toda uma preparação como já vimos no texto supracitado!

Axé para todos os filhos de fé.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

Obeserve a figura...


FAÇA A SUA PARTE.

  • lixo no lixo, RECICLE, coloque papel no lugar de papel, lata no lugar de lata e etc.;
  • não sujar prédios públicos;
  • plante uma árvore;
  • respeito no transito, SEMPRE;
  • não estrague água;
  • não estrague energia, se for ficar mais de dez minutos fora do ambiente em que estava, APAGUE A LUZ;

PRESTE ATENÇÃO EM TUDO QUE FOR FAZER. Não prejudique o meio em que você vive, pois o maior prejudicado é VOCÊ!
Que Oxalá os abençoe sempre!

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Assista a pequena história de Oxóssi

Do alecrim à purificação!!

A tradição popular conta que foi o alecrim que protegeu a Virgem Maria na sua fuga para o Egito e que, quando o seu manto roçava nas flores brancas do alecrim, estas iam ficando azuis.

Na Umbanda o alecrim é um maravilhoso desimpregnador de larvas astrais, razão pela qual deve-se usá-lo na defumação, afasta a energia negativa densa e harmoniza todo o ambiente. Queimando o seu caule purifica-se, de forma acentuada, o ambiente onde se encontram pessoas doentes.

Nos banhos de ervas o alecrim equilibra o emocional, ajuda a perdoar as mágoas e restitui rapidamente a energia perdida. É uma das ervas que ajudam na cura da depressão e estados permanentes de cansaço por problemas emocionais. É a planta chave no tratamento da falta de auto estima e aumenta a capacidade de aprendizado ativando o mental e o racional. Erva da juventude eterna, do amor, amizade e alegria de viver. Ajuda as crianças com estrutura emocional em desarmonia e atua nos desconfiados, nos que não acreditam em si mesmos, nos que não têm coragem de se lançar em novos projetos. 
É A ERVA DA CORAGEM.

Essa erva colocada debaixo do travesseiro afasta maus sonhos e tira todas as energias negativas acumuladas durante o dia, harmonizando, equilibrando e ajudando a desenvolver a espiritualidade.

E por falar em defumação...

Nenhuma limpeza astral e do ambiente são mais completas ou conseguem ser completas que uma boa defumação, pois o ar concentrado de energias elementais das ervas, entra e penetra em todos os cantos e brechas da casa, envolvendo as paredes, o teto, o chão, os móveis.

Além disso, a defumação também descarrega o corpo mediúnico das pessoas e sutiliza suas vibrações, tornando-as receptivas as energias de ordem positiva, fazendo assim, com que a comunicação com o Plano Astral Superior se torne mais fácil e em perfeita harmonia. Tudo isso facilita a imantação positiva que as Entidades de Luz irradiam sobre o nosso corpo físico capaz de eliminar as doenças de fundo espiritual e material.

O uso das defumações nos Templos de Umbanda é primordial, pois são locais onde as pessoas vão para descarregar seus emocionais. A maioria, quase sempre, chega da rua com pensamentos negativos, vibrações pesadas e sentimentos rancorosos, então a defumação torna-se necessária e obrigatória, pois ela visa purificar o ambiente e dissipar as condensações ali acumuladas, sem contar que quando queimamos incensos naturais nossos pensamentos ficam mais claros, facilitando a comunicação com as Entidades ali presentes.

O segredo da defumação por parte das Entidades Espirituais que utilizam os cachimbos, os charutos e até cigarros são variados e dependem do trabalho efetuado no momento do atendimento.

É importante lembrar que as Entidades não fumam, isso quer dizer que não são viciadas, nem viciam o médium, como muitos pensam. Eles utilizam o charuto, por exemplo, como elemento concentrador vegetal do fumo acompanhado do seu sopro que pode ser quente ou frio, para desagregar e harmonizar o campo astral de acordo com a necessidade.

Para fazer uma boa defumação é preciso um turíbulo (incensário) de preferência de barro, cheio de carvão em brasa, sobre o qual vai se colocando ervas secas e resinas. Manuseie seu defumador de maneira que a fumaça aromática envolva tudo: as pessoas da sua casa, os armários (abrindo suas portas), as camas (embaixo e em cima), não esquecendo dos animais de estimação. É importante fazer a defumação sempre em oração, podendo também cantar.

Alguns exemplos de ervas que podem ser usadas nas defumações - sempre secas!

LIMPEZA -  casca de alho ou cebola, orégano, arruda, guiné.
HARMONIA E MEDITAÇÃO -  camomila, alecrim, alfazema, canela, eucalipto, sândalo, benjoim, rosa branca.


Como conviver com as boas entidades dentro da Casa de Axé!

Veja nesse post quais as regras que irão nos proporcionar serenidade e equilíbrio na nossa vida cotidiana e principalmente nos dias de trabalho nas sessões de Umbanda e Candomblé.
Sendo de muita importância os banhos de ervas, pois todos nós temos ao redor do nosso corpo físico um campo eletromagnético, composto por corpos sutis, que se denomina aura. Quando passamos por situações negativas, energias desequilibradas se agregam à nossa aura, permanecendo lá por muito tempo provocando desequilíbrios. Quando tomamos um banho de ervas limpamos a nossa aura fazendo com que ela volte a funcionar normalmente, harmonizando os nossos chakras. Abaixo seguem algumas atitudes positivas que todo médium dedicado deve incorporar à sua rotina de desenvolvimento e trabalhos espirituais.

1 - A abstinência alcoólica de 72 horas, sendo no dia da Gira obrigatória. Pois ingerindo álcool o médium terá alguns dos seus sentidos alterados, dificultando ou inviabilizando uma conexão adequada com os Guias Espirituais.  

2 - Não fazer refeições pesadas, extremamente gordurosas e evitar o consumo de carne vermelha 72 horas antes da gira. Pois na digestão esses alimentos exigem um gasto muito grande de energia, que deve estar totalmente canalizada para o trabalho espiritual.

3 - Não manter relações sexuais 72 horas antes da Gira. Não é uma questão moral, mas sim porque o ato sexual consome grande parte da energia corporal do médium, havendo a necessidade de um período razoável, para o retorno da taxa energética equilibrada.

4 - Procurar manter um dia tranqüilo. Pois todas as vezes que ficamos agitados e exaltados fica mais difícil manter a concentração e conexão com as vibrações dos Orixás e Guias do Astral Superior que irão atuar na Gira.

5 - Procurar chegar com antecedência ao Terreiro é importante para que se possa trocar de roupa com tranquilidade, separar guias e materiais que serão necessários para a Gira, conforme o ritual adotado em cada Terreiro,  se preparar e concentrar para o trabalho. Caso não tenha conseguido manter um dia tranquilo, chegando mais cedo ao Terreiro você terá tempo de se trocar com calma e se recolher em prece e oração buscando se acalmar.

6 - Acender sua vela para o Anjo de Guarda, preferencialmente de 7 dias. Tomar os banhos de energização (defesa) ou limpeza (descarrego), que pode ser feito com ervas, sabão da costa ou o sal grosso.

Banho de Energização/Defesa
Serve para a manutenção energética dos chakras, impedindo que eles se impregnem de energias nocivas, reativa os centros energéticos e refaz o teor positivo da aura. É um banho que devemos utilizar regularmente e que devemos tomar antes ou até mesmo depois de uma Gira espiritual. Para o preparo deste tipo de banho devem ser utilizadas ervas como alecrim, alfazema e pétalas de rosas brancas ou amarelas.

Banho de Limpeza/Descarrego
Serve para livrar a pessoa de cargas energéticas negativas. Estamos o tempo todo em contato com diversas pessoas e ambientes onde o mal e as energias negativas são abundantes. Por mais que nos vigiemos, ora ou outra, baixamos nosso nível vibratório e imediatamente estamos entrando nessa egrégora de energia negativa.

Há dois tipos de banho de descarrego:

1° - O banho de sal grosso, que lava toda a aura desmagnetizando a pessoa, não deve ser jogado na cabeça. E após este banho devemos tomar imediatamente um banho de ervas como as citadas acima, para equilibrar as energias, uma vez que o sal grosso realmente é capaz de tirar toda a energia da aura.
O sal é um cristal e por isso emite ondas eletromagnéticas que podem ser medidas, elas tem o mesmo comprimento de onda da cor violeta, capaz de neutralizar os campos eletromagnéticos negativos. Este banho, não deve ser feito com frequência, uma vez por mês é suficiente.

2° - O banho de ervas como a arruda, guiné e o sabão da costa.

Sabão da Costa da África

Por volta do início do ano 1501, os navegadores portugueses chamavam toda a costa atlântica africana e seu interior como COSTA, e tudo o que se importasse daquela região também era denominado de  “DA COSTA”. Assim, aconteceu com o Sabão da Costa que era importado pelo Brasil desde 1620. Ele vinha principalmente da Nigéria, da República do Benim e do Togo. OXÉ DUDU era o seu nome africano. 
A palavra sabonete é incorporada ao português no século 19, quando no Brasil tudo  era “afrancesado”, e o “savonete”  dos franceses é aportuguesado virando sabonete, pois antes disso era sabão que se falava.
O Sabão da Costa é um sabão sólido, de cor escura quase preta, feito com ervas medicinais, como o nó de pinho, óleo de coco, benjoim, e juá. Além de ser usado para banhos de descarrego, combate a caspa, cravos, espinhas, manchas escuras, coceiras e fungos do couro cabeludo, também controla o odor produzido pelo suor.
O Sabão da Costa é uma marca registrada, também existindo a versão perfumada com aroma de benjoim. É muito importante você verificar a procedência do produto, dando atenção ao fabricante, o selo de fiscalização e a data de validade, pois existe muito “sabão da costa” no mercado, fabricado “em fundo de quintal”, podendo ocasionar sérios problemas à sua saúde. 

Obs.; Seguir estas regras é muito importante para manter o bom equilíbrio entre você e as entidades.
Que Oxalá lhes proteja!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Os Orixás!!


Os Orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.
Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.
Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Yansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.
No Candomblé cultuam-se muitos outros Orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos Orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.
Apresento a seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados. Recordo no entanto que existem diversas correntes no Candomblé e por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.
Nanã
Omolú
Oxumaré
Oxalá
Exú
Ogum
Oxóssi
Yemonjá
Iansã
Oxum
Obá
Ewá
Xangô
Logunedé
Ossãin
Ibeji
Iroko

Obs.: As descrições de cada um dos Orixás são baseadas na obra:
Candomblé. A panela do segredo – Pai Cido de Osun Eyin – 2000

terça-feira, 7 de junho de 2011

Apresentação dos Orixas

Globo Repórter: O poder do Machado de Xangô 1/5

E por falar em marcha...

Veja a seguir vejam os relatos contra o Racismo - Intolerância Religiosa - Violência contra a MULHER - Abuso de autoridade - TORTURA.
Este fato aconteceu no ano passado e a mídia abafou, lógico! Não foi contra um padre ou um pastor , foi contra a uma MÃE DE SANTO. Até quando vai durar essa intolerância descabida e descarada?! 
Nós NÃO queremos que nos tolere queremos RESPEITO!!

SÁBADO DIA VINTE E TRÊS DE OUTUBRO DE 2010, POR VOLTA DAS 14: 00 HORA, UM PELOTÃO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA, INVADIU O ASSENTAMENTO D. HELDER CÂMARA, EM ILHÉUS, LEVANDO A COMUNIDADE DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS A VIVEREM UM MOMENTO DE TERROR, TORTURA E VIOLÊNCIA RACIAL. COORDENADORA DO ASSENTAMENTO E SACERDOTISA (FILHA DE OXOSSI) BERNADETE SOUZA, INCRA – INSTITUTO NACIONAL E COLONIZAÇÃO DE VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS.
BERNADETE FOSSE ALGEMADA PARA SER CONDUZIDA À DELEGACIA. NESTE MOMENTO O ORIXÁ OXOSSI INCORPOROU A SACERDOTISA QUE ALGEMADA FOI COLOCADA E MANTIDA PELOS PMS JÚLIO GUEDES E SEU COLEGA IDENTIFICADO COMO “JESUS”, NUM FORMIGUEIRO ONDE FOI ATACADA POR MILHARES DE FORMIGAS PROVOCANDO GRAVES LESÕES, ENQUANTO OS PMS GRITAVAM QUE AS FORMIGAS ERAM PARA “AFASTAR SATANÁS”. APONTOU A PISTOLA PARA CABEÇA DA SACERDOTISA. SPRAY DE PIMENTA FOI ATIRADO CONTRA OS TRABALHADORES.
CRIANÇAS CHORAVAM, IDOSOS PASSAVAM MAL. ENQUANTO BERNADETE (OXOSSI) ALGEMADA, ERA ARRASTADA PELOS CABELOS POR QUASE 500 METROS E EM SEGUIDA JOGADA  NA VIATURA, “FORA SATANÁS”! BERNADETE AINDA INCORPORADA COLOCADA ALGEMADA EM UMA CELA ONDE HAVIA HOMENS, POLICIAS RIAM E IRONIZAVAM.
Nós, povo de Santo, devemos nos manter informados e mobilizados com relação a esse triste episódio ocorrido com a Yalorixá Bernadete de Souza. Ratificamos que o ocorrido afeta a todos nós intimamente, por se tratar de um desrespeito com nossa religiosidade, nossas ancestralidades, nossa fé.
Abaixo, seguem as providências que estão sendo tomadas e convido a todos e todas que acompanham nosso blog a se solidarizar em uma ação política, deixando comentários sobre estes últimos acontecimentos. Acompanhem.

EXMO. SR. DR. OUVIDOR DA SECRETARIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.

EXMO. SRA. DRA. OUVIDORA DA SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
EXMO. SR. PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA.
EXMO. SR. OUVIDOR DA SECRETARIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL.
EXMO. SR.PRESIDENTE DO CONSELHO DE DEFESA DOSD DIREITOR DA PESSOA HUMANA.
As Entidades de Direitos Humanos, reunidas no Seminário Nacional de Indicadores de Direitos Humanos promovido pelo INESC\SOCIAL WATCH, por meio deste documento solicitam imediatas providências no que se refere aos crimes de tortura, discriminação racial, abuso de autoridade, violência contra mulher e intolerância religiosa, que foi cometida por agentes do Estado os Policiais Militares do Batalhão de Polícia da cidade de Ihéus contra a Sacerdotisa Bernadete de Souza.
Direitos Humanos
O Conceito de Direitos Humanos é o resultado de uma evolução do pensamento filosófico, jurídico e político da humanidade. É importante reconhecer a sua evolução e observarmos como o mesmo se constrói através das vozes e esforços dos milhões de homens e mulheres, uma vez que, a concepção de direitos humanos se baseiam em amplas e profundas raízes históricas, basta vermos que diversas religiões  e culturas contém princípios de direitos humanos embora muitas vezes tenham práticas incompatíveis com esses mesmos direitos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem sido aplicada por meio de um grande conjunto de convenções e declarações internacionais, algumas vinculadas e outras declarações políticas em que os Estados Membros da ONU – Organização das Nações Unidas - se comprometem a seguir estas legislações. Os direitos humanos são definidos na Declaração Universal de Direitos Humanos, no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e no Pacto Internacional de Direitos Econômicos Sociais e Culturais que o Brasil é signatário.
DA CONSTITUIÇAO FEDERAL
O artigo 5o, inciso IX do  Crime de Racismo.
Já o inciso XIII aponta o racismo como crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão nos termos da lei. Isso foi uma verdadeira vitória na tentativa de amenizar a triste realidade social brasileira, repleta de casos discriminatórios.
O Brasil é signatário do Programa de Ação da Conferência Mundial Contra o Racismo ocorrida em 2001 em Durban que recomenda medidas enérgicas em casos relacionados à pratica de racismo, discriminação e intolerâncias correlatas incluindo também a prática da Intolerância Religiosa, neste caso agravada  pelos Agentes do Estado.
Sacerdotisa Bernadete de Souza foi vítima da perversidade dos Agentes do Estado, Policiais Militares do batalhão de Polícia de Ilhéus tais como;VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL, uso abusivo da força através do constrangimento e exposição pública.
Tal prática foi cometida principalmente frente aos grupos mais vulneráveis como crianças, adolescentes, mulheres e idosos presentes no assentamento.
Crime de Tortura
A Sacerdotisa Bernadete de Souza foi submetida à prática de crime de tortura quando foi colocada sobre um formigueiro, provocando dor, sofrimento e humilhação. A lei brasileira nº. 9455, de 7 de abril de 1997, define que é crime de tortura constranger ou causar sofrimento físico e mental a alguém com emprego de violência ou grave ameaça, seja com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, seja para provocar ação ou omissão de natureza criminosa, ou ainda em razão de discriminação racial ou religiosa, constituindo essa prática um delito inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. O inciso III do artigo 5o prioriza que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. A tortura, como diz José Afonso da Silva, não é só um crime contra o direito à vida, mas sim, uma crueldade que atinge todas suas dimensões, e a humanidade como um todo. O direito internacional também cuida do assunto, definindo em declarações, convenções, pactos e protocolos firmados entre nações, que o motivo é o elemento que distingue e diferencia tortura de tratamento desumano ou cruel. 
Violência de gênero
A violência sofrida pelo fato de se ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição é produto de um sistema social que subordina o sexo feminino.
Uma vez que foi também colocada numa cela juntamente com outros homens na Cadeia Pública de Ilhéus, com aval do Delegado de Polícia.
Intolerância Religiosa
A Sacerdotisa Bernadete Sousa foi vítima de Intolerância Religiosa,praticada pelos agentes do Estado da Bahia, pois no meio da tensão que se estabeleceu por parte das autoridades policiais ao entrar em um Assentamento de Reforma Agrária do Governo Federal e administrado pelo INCRA (documento anexo), a mesma foi tomada “incorporou” o Orixá Oxossi e ainda assim foi algemada e através de frases como: “está possuída por Satanás”, “vamos tirar o Satanás dela na porrada” e “sabemos como tirar estes demônios do seu corpo” foi colocada sob um formigueiro, conforme consta em fotos anexas, chegando mesmo a perder os sentidos e ainda assim ser arrastada por aproximadamente 600 metros e ter uma arma apontada para a sua cabeça e ao chegar na delegacia foi colocada em uma cela com um homem e algemada a uma barra de ferro. As ações dos Policiais Militares, ora representando o Estado foram motivadas contra a crença e religiosidade da vítima, atingindo assim a honra, a integridade física e a moral e desrespeitando a Constituição Federal de 1988.
Art.5º, VI- é inviolável a liberdade de consciência e crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias e o Art.208 do Código Penal - Escarnecer de alguém publicamente por motivo de crença ou função religiosa, impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso, vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso. Trazendo a monta a importância da laicidade do Estado e do Princípio de Garantia de Liberdade Religiosa.
Sendo assim diante dos fatos ocorridos conforme documentos anexos, solicitamos providências urgentes, uma vez que temos um Programa Nacional de Direitos Humanos, às Resoluções da Conferência Nacional de Segurança Publica, as Recomendações do Planapir - Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial e o Plano Nacional de Políticas para Mulheres.

Assinam este documento.
Coletivo de Entidades Negras/CEN
Fala Preta!
Dom da Terra/Fórum Paranaense das Religiões de Matrizes Africanas
Terra de Direitos
Instituto de estudos Socioeconômicos/Inesc
Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos/FENDH
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
Intervozes
Plataforma Dhesca Brasil
Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente/ANCED
Conectas Direitos Humanos
Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares/GAJOP
Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza
Conselho Nacional de Mulheres Indígenas
Social Watch
Cáritas
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Do blog dos amigos.


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Salúba Nanã, salúba!!

A Deusa mais velha entre todos os Orixás. Sua atitude costuma ser severa, mas é determinada naquilo que se propõe a fazer. Também costuma agir sempre com rigor na hora de tomar decisões. Este Orixá oferece segurança e jamais aceita uma traição. Conforme a tradição afro-brasileira, Nanã além de ser a mais antiga das divindades, foi também a primeira esposa de Oxalá. A mais velha deusa da água está associada às pessoas idosas, à maternidade e seu elemento principal é a lama, o lodo dos rios e dos mares. Como possui um temperamento rígido e não tolera desobediência, é capaz de castigar com a intenção de educar. Nas cerimônias da umbanda é conhecida como vovó. As pessoas consideras filhas de Nanã são geralmente calmas, sérias e introvertidas. Seguras e equilibradas em tudo o que fazem, gostam de ajudar as pessoas, agindo com gentileza e muita dignidade. Quando precisam desenvolver algum trabalho, mesmo que exija rapidez, sabem usar da paciência como se tivessem todo o tempo do mundo para sua execução.

Dia da Semana: Terça-feira

Saudação: Salubá Nanã!

Cores: Azul escuro, branco ou lilás.

Símbolo: Ibiri

Alimento Principal: Repolho roxo cozido e pipoca

Ciganos são uma classe de espíritos que incorporam nos terreiros de umbanda.

Entidades ciganas.
História pertencem à uma linha de trabalhadores espirituais que busca seu espaço próprio pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades conhecidas popularmente com "encantadas".

São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.

Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; se apresentam também em rituais do tipo mesa branca, Kardecistas e em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza.

Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade.

Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.

São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.

Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.

Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham exclusivamente para o bem.

Santa Sara Kali é sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sarah é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.

Ciganos na Umbanda, são espiritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram ao povo cigano.

Os ciganos em geral, tem seus rituais especificos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais. A santa protetora do povo cigano é "Santa Sara Cali". Dentro da Umbanda, trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espitiruais, os espiritos ciganos trabalham para a cura de doenças espitiruais.

Os ciganos, dentro da ritualistica umbandista, falam a língua "portunhol", alguns, poucos, falam o romanês, língua original dos ciganos. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que eles possam a vir trabalhar na linha de Exú.

Ossãin, deus das folhas, das ervas!!!

OSSÃIN/ OSSAIM/ OSSÃNIN
Kó si ewé, kó sí Òrìsà, ou seja, sem folhas não há orixá, elas são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam o seu poder, a sua força.
Ossaim desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem a sua presença, nenhuma cerimónia pode realizar-se, pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde das folhas.
Ossaim é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e riqueza. È nas folhas que está à cura para todas as doenças, do corpo ou do espírito. Portanto, precisamos lutar por sua preservação, para que consequências desastrosas não atinjam os seres humanos.
A floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato, como Ogum e Oxóssi, o seu território por excelência, onde as folhas crescem em seu estado puro, selvagem, sem a interferência do homem; é também o território do medo, do desconhecido, motivo pelo qual nenhum caçador deve penetrar na floresta na mata sem deixar na entrada alguma oferenda, como alho, fumo ou bebida. Medo de que? Medo dos encantamentos da floresta, medo do poder de Ogum, de Oxóssi, de Ossaim; respeito pelas forças vivas da natureza, que não permitem a pessoas impuras ou mal-intencionadas penetrar em sua morada. Se nela entrarem, talvez jamais encontrem o caminho de volta.
Ossaim teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo (figura bastante próxima ao Saci-Pererê), possui um olho pequeno e o outro grande (vê com o menor) e tem uma orelha pequena e a outra grande (ouve com a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Ossaim, que, segundo dizem, também possui uma única perna. Não se pode por isso confundir Ossaim com o Saci-Pererê, que é um personagem do folclore brasileiro. Ossaim é orixá de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folhas possui um só tronco.
De acordo com a história desse orixá, há uma rivalidade entre Ossaim e Orunmilá, que reflecte, na verdade, a antiga disputa entre os Oníìsegùn – mestres em medicina natural que dominavam o poder das folhas – e os Babalawó – sacerdotes versados nos profundos mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo.
Ossaim é um orixá originário da região de Iraó, na Nigéria, muito próxima com a fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como muitos pensam do panteão Jeje assimilado pelos Nagôs, como Nana, Omolú, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia Ioruba. Contudo, é evidente que entre os Jeje havia um deus responsável pelas folhas, e Ágüe é o seu nome, por isso Ossaim dança bravun e sató, a exemplo dos deuses do antigo Daomé.
Uma confusão latente refere-se ao sexo de Ossaim; é preciso esclarecer que se trata de um orixá do sexo masculino. Entretanto, como feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo de relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o controvertido relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar se foi ou não amoroso, é o mais comentado.
Na verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são orixás do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da Terra.

Características dos filhos de Ossaim

Os filhos de Ossaim são pessoas extremamente equilibradas e cautelosas, que não permitem que as suas simpatias ou antipatias interfiram nas suas opiniões sobre os outros. Controlam perfeitamente os seus sentimentos e emoções. Possuem grande capacidade de discernimento e são frios e racionais nas suas decisões.
São pessoas extremamente reservadas, não se metem em questões que não lhe dizem respeito. Participam em poucas actividades sociais, preferindo o isolamento. Elas evitam falar sobre a sua vida, sobre o seu passado, preferem manter certa aura de mistério. Geralmente, não têm nada de mais a esconder, mas desejam manter reserva.
Pressa e ansiedade não fazem parte das suas características, pois são pessoas dadas aos detalhes e caprichosas no cumprimento das suas tarefas. Possuem gosto por actividades artesanais que exigem isolamento e paciência; não gostam de ter chefe nem subalternos, não se prendem a horários, apreciam a independência para fazer o que gostam na hora que querem. São pessoas fascinadas com as regras e tradições, adoram questioná-las. Possuem um gosto exacerbado pela religiosidade.

Dados
DIA: Quinta-feira.
CORES: Verde e Branco.
SÍMBOLOS: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo (árvore estilizada).
ELEMENTOS: Floresta e Plantas selvagens (Terra).
DOMÍNIOS: Medicina e Liturgia através das folhas.
SAUDAÇÃO: Ewé ó!


Joãozinho da Goméia

Nasceu em 27 de março de 1914 em Inhambupe, Bahia. Sua família era católica e chegou a ser coroinha da paróquia de sua cidade. Mas o menino parecia realmente já vir predestinado a vivenciar o mundo das tradições religiosas afro-brasileiras, mesmo antes de se iniciar em uma casa de culto.
Na pequena cidade onde nasceu, distante 153 km da capital, aos 10 anos já demons-trava sua forte personalidade, como bom filho de lansã. Aos 17, deixou a família e rumou para Salvador, onde fez de tudo para sobreviver. No armazém onde trabalhou, conheceu uma senhora que muito lhe ajudou e que considerava como sua madrinha. Foi ela quem o levou ao terreiro de Severiano Manuel de Abreu, que recebia a entidade conhecida como Caboclo Jubiabá.

MESMO CONSCIENTE DA GENEALOGIA E HIERARQUIA DOS DEMAIS TERREIROS, CONSEGUIU IMPOR SUA AUTORIDADE E SE LEGITIMOU AO LONGO DOS ANOS

Uma das muitas histórias que se conta sobre sua iniciação é o fato de Joãozinho sofrer de fortes dores de cabeça sem explicação ou cura por meio da medicina. Assim que se realizou sua feitura, as dores de cabeça cessaram; teriam sido apenas um aviso de que o menino já vinha com o destino traçado pelos Orixás, que cobravam sua iniciação.

Em torno da figura de Joãozinho da Goméia sempre houve muita polêmica; para muitos, que buscavam formas de criticá-lo, sequer teria sido "feito". Mas há filhas-de-santo de Pai Joãozinho que contam todo o seu processo de iniciação. Uma delas, aos 92 anos declarou ao jornal Correio da Bahia que tinha dúvidas de que, se ele fosse vivo, alguém tivesse coragem de contradizê-Io.
1971 MORRE O GRANDE BABALORIXÁ
JOÃOZINHO DA GOMÉIA
O dia em que o Candomblé chorou!

19 de março de 1971 - o dia da semana era sexta-feira, fatídico para alguns, benéfico para outros. O local, Rua General Rondon, 360, bairro Copacabana, no município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Já passava das nove horas e o relógio em breve faria soar as dez badaladas. De repente, um silêncio se faz sentir; as poucas pessoas que ali se encontravam se entreolham assustadas. Parecem hipnotizadas, presas ao chão. Na face de cada uma, a palidez, o medo.

No enorme galpão, uma imagem de lansã se desprende da parede atrás de uma imponente cadeira. Cai ao chão e a deusa se desfaz em dezenas de pedaços. Um vento frio sopra e redemoinhos se formam levantando poeira; o céu se cobre de nuvens pretas como se vestisse luto, onde antes brilhava o solou se via o azul.
O vento uivante aumenta de intensidade e as pessoas começam a se mexer. Muitos diriam, depois, que os gemidos do vento mais pareciam lamentos de Omolu, o guardião dos cemitérios.
Assustados e talvez adivinhando as razões de tão estranhas manifestações da Mãe Natureza, alguns correm ao pátio: o pé de jurema, a árvore sagrada, começa a murchar, a canjica azeda minutos depois de colocada aos pés do Orixá. Nesse instante todos tiveram conhecimento do que estava ocorrendo e lágrima silenciosas começaram a descer nas faces negras e a molhar as vestes brancas. Os atabaques gemeram e choraram e, no gemido de seu couro, transmitiram ao Céu e à Terra os lamentos de uma dor que se espalharia por todo o Brasil.



Tudo isso se passou na roça de joãozinho da Goméia. No mesmo instante, a 400 quilômetros de distância, o Rei do Candomblé, maior propagador dos ritos afro-brasileiros, mais antigo e respeitado sacerdote do Brasil, deixava o mundo dos vivos, desencarnara e partira para o Reino de Oxalá - o Pai Supremo.

São Paulo, Hospital das Clínicas, 9 horas e 50 minutos, sexta-feira. Num leito branco, um homem moreno, forte, grandalhão e de finos traços trava uma batalha com a morte. Seu rosto é tranqüilo, aparentando uma enorme paz interior. Nas têmporas, os cabelos ralos já agasalham a neve dos anos que sobre eles passaram: retratam as dores, os sacrifícios, as lutas e os sofrimentos.
Ao seu lado os médicos se empenham para impedir os desígnios da morte, que quer levar mais um tributo e eles não concordam. O combate é desigual: de um lado, os fracos conhecimentos e as desvalidas forças do ser humano; do outro, os misteriosos poderes extraterrenos.

A luta é árdua; há muitas horas o combate se trava num vaivém irritante. Em momentos, parece que os médicos conseguirão enganar a morte; em outros, a vitória pende para esta. De um lado, os médicos de branco, cor tão querida e amada por aquele homem que ali se encontra sem poder participar da batalha. Ele, que durante toda a vida foi um valente que nunca fugiu à luta, não sabe que do outro lado o espectro da morte tenta arrebatar-lhe a vida, a alma. Seu espírito, este sim está vendo tudo, sabe até o destino que lhe é reservado, só que não pode intervir. Ele, o espírito, o motivo da batalha, dela não pode participar. Altos desígnios, mais fortes do que ele, presidem todos os detalhes do combate. Como humilde servidor desses desígnios, só lhe cabe apreciar os lances. Mesmo sabendo que no final o prêmio do vencedor será ele próprio.
A batalha chega ao fim - João Alves Torres Filho, o doente que os médicos não conseguiram salvar - talvez porque Oxalá houvesse decidido em contrário¬entrega sua alma ao Mestre Supremo.

Joãozinho da Goméia morreu aos 57 anos, 40 dos quais dedicados ao Candomblé. Desencarnou no dia de São José, oito dias antes de completar 57 anos. Por estranha coincidência, no dia de sua morte sua roça em Duque de Caixas iria promover o Lorogun - uma das grandes cerimônias do Candomblé que significa o fechamento do terreiro para o período da Quaresma.

Em dezembro ele pretendia promover uma grande festa para lansã, sua protetora. Oxalá, porém, decidiu que sua missão na Terra estava terminada.

Quando seus filhos-de-santo receberam a notícia de sua morte, o pranto e a dor tomaram conta de todos. Uma histeria coletiva jamais vista fora de um terreiro levou quase à loucura milhares de pessoas que se aglomeravam em frente ao hospital. Mulheres choravam, entravam em transe, desmaiavam; os homens murmuravam preces por sua alma e gritavam: - Pai, me leva com você!

Ao se confirmar a triste verdade, os atabaques começaram a marcar em toques fúnebres, anunciando a dor da perda irreparáveI. Todos ficaram inconsoláveis, mas mesmo assim lembraram de render tributo a Oxalá, pedindo que recebesse o filho amado de braços abertos. Para eles, o grande sacerdote apenas desencarnara, ganhando uma estrada de estrelas para chegar ao Reino de Oxalá.

Há muito joãozinho da Goméia se encontrava doente, e nos últimos meses queixava-se de fortes dores de cabeça. Os médicos encontraram a causa das terríveis dores do Rei do Candomblé: Na parte frontal da cabeça, em local de difícil exploração, formara-se um tumor, e sua localização tornava perigosa qualquer intervenção cirúrgica. Após comunicarlhe os perigos que correria, indagaram se deviam ou não operá-Io. Joãozinho não pensou nem um segundo para responder: - Podem operar, seja feita a vontade de Deus.

Às 8 horas e 15 minutos de sábado o corpo foi liberado para o transporte ao Rio de janeiro. No carro funerário foi o corpo, atrás caravanas de I 5 federações de São Paulo e dezenas de carros de fiéis. O motorista diria depois: - Em 19 anos de profissão, nunca vi tanta gente acompanhar um corpo.


"Se eu morrer, quero que todos os meus filhos-de-santo continuem fazendo caridade. E que se esforcem para que o Candomblé do Brasil seja, cada vez mais, encarado com seriedade e respeitado por todo o mundo"

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